Nego D’Água, Mãe D’Água, Dom Malan, João Gilberto, Injustiça,
Pracinhas, Irmã Terezinha, São Francisco. Todos esses nomes e outros vocês
podem encontrar facilmente nas ruas de Juazeiro e de Petrolina. Elas são as
esculturas do escultor juazeirense, Lêdo Ivo Gomes, de 57 anos, que viveu a
maior parte da sua vida fora de Juazeiro, ou melhor, fora do Brasil, para ser
exato, na França.
Conta
à lenda que o Negro D'Água ou Nego D'Água vive em diversos rios.
Manifestando-se com suas gargalhadas, apresenta-se preto, careca e mãos e pés
de pato. O Negro D'água derruba a canoa dos pescadores, se eles se negarem de
dar um peixe, fumo de masca e pinga.
Em alguns locais do Brasil, ainda
existem pescadores que, ao sair para pescar, levam uma garrafa de cachaça e a
jogam para dentro do rio, para que não tenham sua embarcação virada. Esta é a
História bastante comum entre pessoas ribeirinhas, principalmente na Região
Centro-Oeste do Brasil, muito difundida entre os pescadores, dos quais muitos
dizem já ter o visto.
Segundo a Lenda do Negro D'Água, ele
costuma aparecer para pescadores e outras pessoas que estão em algum rio. Não
se há evidências de como nasceu esta Lenda, o que se sabe é que o Negro D'Água
só habita os rios e raramente sai dele, seu objetivo seria como amedrontar as
pessoas que por ali passam, como partindo anzóis de pesca, furando redes dando sustos
em pessoas a barco, etc.
Suas características são muito
peculiares, ele seria a fusão de homem negro alto e forte, com um anfíbio.
Apresenta nadadeiras como de um anfíbio, corpo coberto de escamas mistas com
pele.
O Monumento
Com mais de doze metros de altura o
monumento em homenagem ao Nego D’Água, foi construído dentro do leito do rio
São Francisco, na cidade de Juazeiro-BA, no bairro Angari, onde fica localizada
uma colônia de pescadores, pelo escultor Juazeirence ledo Ivo Gomes de
Oliveira.
O Nego D'Água foi colocado no rio São
Francisco em 2003, na parte do rio que fica em Juazeiro, Bahia. Ele é feito de
cimento e ferro. O pagamento foi feito por meio de doação de um terreno no
valor de R$ 130 mil ao escultor.
Em entrevista com o escultor Lêdo Ivo ao Diário da Região
Pensar e realizar
foi de 1999 até 2003, Eu fui para França e depois quis voltar para fazer as
minhas artes aqui. E sempre imagina em fazer alguma coisa que tivesse uma
pegada mais da região. E foi ai que me encontrei nas lendas do Nego D’ Água,
uma figura que estava no vazio. Não tinha forma, tinha nome, mas era um pouco
apagado. Uma lenda que tem as variantes em outras regiões e até no mundo. E o
lugar estava vazio, e vi que poderia dar corpo a uma alma que já existia, e foi
assim que veio a ideia do Nego D’ Água, como outras lendas.
Em 99, o Prefeito de
Sobradinho se interessou, assinei o contrato de realizar por lá a obra, mas
depois ele desistiu. Mas eu continuei a busca de algum lugar para
realiza-la. Em 2001 fiz, sem ajuda de nenhum prefeito, a estrutura de
ferro, por minha conta, e também ninguém se interessou, nem Petrolina e nem
Juazeiro.
Depois fui para a
França novamente, ganhei uma grana restaurando uma igreja. Então com essa grana
paguei o Nego D’ Água e realizei a obra. Essa é a história desta obra: em 99
pensei, depois comecei o ferro em 2001 que passou dois anos parados, e em 2003
eu concluir a modelagem lá no local.
Foi uma produção
pessoal, com o intuito de tocar e fomentar tanto para a minha carreira, e dá
oferecer à população uma coisa interessante. Pois percebi aqui que as pessoas
nem sabiam que existia uma profissão relacionada à escultura. As pessoas
imaginavam que escultura era uma arte feita para dentro de casa. Mas escultura
é uma disciplina que veio de dentro da cidade, elas compõem a arquitetura das
cidades, desde os tempos remotos, (DIÁRIO DA REGIÃO, 11, setembro, 2014).
Por: Haroldo Batisa
Marcus Wallace
Patrilânea Temotteo
Acho interessante fazer uma homenagem aos negros d'água,digo assim porque vi um parecia ser criança e sorria pra mim,essa imagem nunca sai da minha mente,falam que ele tem uma gargalhada assustadora,fazem umas esculturas assustadoras,mas o que eu vi não é bem assim não.Espero vê-lo novamente.
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